Todo mundo canta, dança ou brinca com o refrão “Ah, Lelek lek lek”. Só que ninguém mais sabe quem são os donos do maior sucesso do funk em 2013. Confusões nos bastidores fizeram MC Federado e os Leleks ser um grupo e Os Lelekes, outro diferente. Os dois brigam na Justiça pelo direito de cantar o “Passinho do volante”, e atualmente a formação composta por Renan, Jean, Raphael e Vítor é a única autorizada. Mas somente Renan estava no vídeo que bombou na internet e fez a música explodir.
A guerra começou em março, quando o grupo MC Federado e os Lelekes, na crista da onda, era representado pela Lek Produções, do funkeiro MC Dieddy. Até que Paulo Victor (Federado), Allan e Alex assinaram com a Furacão 2000, acusando Dieddy de não repassar o dinheiro dos shows corretamente.
— A gente só recebia R$ 300 de um show de R$ 15 mil. Ele descontava tudo: passagem, alimentação, hospedagem... Na nossa comunidade (Coronel Leôncio, em Niterói), já diziam que ele estava nos roubando. Até que percebemos e procuramos o Rômulo Costa (dono da Furacão 2000) — afirma Federado.
Dieddy não só nega como também rebate as acusações:
— Eu tomei uma punhalada pelas costas. Eles foram aliciados pela Furacão 2000. O grupo gravou um DVD lá só por motivos políticos, era chamado de “fedorento” pela empresa. Quando eles começaram a fazer sucesso, o Rômulo ameaçou me exonerar do gabinete da Priscilla Nocetti (vereadora de Niterói e mulher do dono da Furacão) caso eu não passasse os direitos dos shows para ele. E eu acabei demitido — revela.
Dieddy, que já tinha “Passinho do volante” registrada em seu nome, trocou o nome do grupo para Os Lelekes e contratou três jovens de São Gonçalo para se apresentarem com Renan, o único que sobrou da formação original. Cobrando uma rescisão de contrato, o MC foi à Justiça e proibiu MC Federado e os Lelekes de se apresentarem com esse nome. Por duas vezes, a Furacão 2000 conseguiu recuperar os direitos de vender os shows do grupo, mas a liminar acabou cassada.
Federado jura que a ‘Passinho do volante’ foi escrita por ele e seus parceiros, com a ajuda de um DJ da Furacão. É nisso que a empresa aposta para virar o jogo.
— Esse registro é ilegal. A música foi feita pelos meninos e nós vamos provar isso na Justiça. O Dieddy era um funcionário meu, delegado para cuidar dos garotos. A Lek Produções nem exisita, surgiu a reboque do sucesso deles — afirma Rômulo.
Nessa guerra, os maiores derrotados são os garotos. Sem poder fazer shows, Federado pensa até em abandonar o apelido de adolescência e seguir carreira com outro nome. Para piorar, ele perdeu a irmã, vítima de um tipo grave de anemia, na última semana. Já Os Lelekes sofrem com as críticas do público de que o grupo não é o mesmo do famoso vídeo.
— Já até perdemos show por causa isso. Mas vamos até onde der — garante Renan.
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